Como nós respondemos as pessoas em momentos críticos em suas vidas podem ter uma influência significativa sobre a sua capacidade para responder e gerenciar o que está acontecendo com usuários, como eles se prepararam para seu futuro e sua recuperação.
Durante a apresentação iremos discutir os princípios fundamentais de uma equipe de crise.
O objetivo do Serviço Equipe de crise é ofertar um trabalho flexível, competente e proativo, operando no domicílio.
O cuidado está ligado diretamente as questões: familiares, infraestrutura do domicílio e à oferta de diversas intervenções.
2) Saúde Mental e a comunidade:
Uma das proposições dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), serviços substitutivos de assistência à saúde mental de base comunitária e territorial, , é a intervenção no contexto de vida dos usuários, buscando explorar os recursos existentes para a viabilização dos projetos terapêuticos, os quais devem possibilitar transformações concretas no cotidiano.
A palestra vai discutir as possibilidades das práticas territoriais na produção de mudanças no cotidiano dos usuários. Compreender a representação que a equipe multiprofissional tem sobre "território" e "serviço de saúde mental de base territorial".
3) Gestão Autônoma da Medicação (GAM) :
A Gestão Autônoma da Medicação (GAM) é uma abordagem inovadora desenvolvida em parceria com usuários que fazem uso de medicação, considerando sua experiência subjetiva, se esforçando para colocar a pessoa no centro do tratamento farmacológico psiquiátrico, visando uma melhora no bem-estar e na qualidade de vida, criando oportunidades de expressão, diálogo e apoio entre as pessoas, os profissionais e seus próximos.
Este artigo, resulta de uma pesquisa que apresenta os princípios, as práticas e os principais impactos da GAM no modo como as pessoas se relacionam com seus medicamentos e com os médicos que as prescrevem.
Entre os principais efeitos observados, encontramos uma melhor compreensão da experiência, de seus direitos e do tratamento farmacológico; uma redução, ou eliminação das interrupções súbitas de tratamento e sem acompanhamento; uma percepção de maior controle sobre seu tratamento, sua experiência interior e sua vida; uma melhora no relacionamento entre profissionais com espaço para negociação; e mudanças nas prescrições, o que mostrou grande impacto no bem-estar, qualidade de vida na comunidade e restabelecimento (recovery).
Características importantes da GAM são também identificadas em outras abordagens, dando voz às pessoas que utilizam medicação.
4) Open Dialogue:
Diálogo Aberto (Open Dialogue) na Finlândia, mostra como é possível tratar da esquizofrenia e das psicoses em geral, sem o uso de antipsicóticos, particularmente nos primeiros episódios agudos. A experiência finlandesa vem obtendo os melhores resultados em todo o mundo ocidental.
Na experiência na Finlândia, eles começaram a reforma do seu sistema de assistência em 1984, com as assim chamadas “reuniões de tratamento”nas quais a medicação fazia parte do que era discutido..
Princípios do Diálogo Aberto:
· Ajuda imediata (há algo decisivo nas vidas das pessoas a espera de ajuda)
· Rede Social (explorando os recursos disponíveis e os saberes dos atores)
· Flexibilidade e mobilidade (ver os pacientes em suas residências e em seu meio social)
· Responsabilidade (o mesmo médico acompanha todo o processo de tratamento, pois avalia-se que quando há vários profissionais envolvidos há, inevitavelmente, muitas medicações prescritas)
· Continuidade psicológica (a equipe acompanha todo o processo)
· Tolerância à incerteza (as dúvidas fazem parte do processo de cuidado, há o reconhecimento de uma construção coletiva em curso e de que não se tem de antemão as soluções)
.Com esses princípios, na prática clínica, a necessidade por medicamentos diminui muito significativamente.
5) Estigma e preconceito à dura realidade na saúde mental :
O estigma relacionado com a transtornos mentais provém do medo do desconhecido, de um conjunto de falsas crenças que origina a falta de conhecimento e compreensão.
Com esta palestra, procura-se que haja uma melhoria do conhecimento, desmistificando falsas crenças e estereótipos e fornecendo novos dados acerca da doença mental e das pessoas que dela sofrem.
6) Teatro e Saúde Mental:
O contexto que envolve a temática das práticas deve ser abordados na
saúde integral das pessoas, o que envolve necessariamente a dimensão cultural e
interpessoal do público frequentador de espaços alternativos.
A oferta de ações que possibilitam a manifestação da identidade, o reconhecimento
das escolhas profissionais e o resgate da autonomia quanto ao bem viver (consigo
mesmo e com o outro) traz ao campo prático o valor da sensibilidade e do cuidado
afetivo, repercutindo positivamente na vinculação mais saudável dos agentes de
saúde em suas rotinas e nas relações sociais.
Como os serviços culturais geralmente trazem embutido o cuidado das pessoas pela via do lazer, elas costumam aderir aos investimentos propostos sempre que se sentem acolhidas
em seus desejos de diversão e prazer. Ou seja, quanto mais adequado for o
respaldo para o exercício de seu bem estar, o respeito aos seus gostos e modos
de viver, maior tende a ser a satisfação e o potencial de conquista de bons
retornos práticos nas experiências adquiridas com as atividades ofertadas.