1) Educação e saúde mental:
A educação exerce seus impactos em todos os meios nos quais está presente. A importância de se educar as pessoas a respeito do que significa ter uma boa saúde mental tornou-se imprescindível.
Tanto para as crianças, quanto para os jovens e seus parentes, ter consciência de que eventos e comportamentos podem afetar a saúde psicológica de alguém é extremamente importante.
Vemos entre os jovens casos de bullying, agressões externas e internas ao ambiente familiar, depressão e tentativas de suicídio como elementos presentes em suas vidas. A educação surge como um elemento a auxiliar na saúde mental dessas pessoas.
Discutir sobre seus impactos se faz algo fundamental para a erradicação de quadros psicológicos negativos possíveis e para o desenvolvimento de métodos de conscientização eficazes.
O objetivo da mesa é justamente esse: servir de espaço para a troca de ideias sobre como melhorar a educação incorporando a saúde mental em seu leque de essencialidades, dado o impacto que essa união pode ter na prevenção psicossocial de problemas e dificuldades.
2) Integração e Colaboração entre a escola e a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)
O Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) foi criado como resultado da grande mobilização marcada pela CF e pela promulgação do ECA.
Trata-se da articulação de diversos atores, instrumentos e espaços institucionais, com papéis variados, mas, com um único objetivo: garantir os direitos universais de todas as crianças e adolescentes.
Promove políticas de proteção integral nos níveis federal, estadual e municipal. Atende diretamente as crianças e adolescentes, fortalecendo sua participação na vida política, social e cultural.
Os responsáveis pelo eixo da promoção dos direitos são, principalmente, os órgãos e agentes das áreas da educação, saúde, saúde mental, assistência social e cultura.
3) Projeto 42nd Street:
O projeto é desenvolvido na cidade de Manchester, da suporte a jovens com idades entre 11-25 anos a lidar com suas emoções e saúde mental, promovendo escolhas e criatividade. Eles priorizam as ações voltadas para os jovens que demonstram grande impacto local e tem significância para o país.
A organização oferece um vasto apoio terapêutico aos jovens, encorajando-os a ter uma voz, assim como acesso a oportunidades para aprender, para desenvolver novas habilidades, para serem criativos, se divertirem e demonstrarem para eles mesmos e a outros que eles podem conseguir sua autonomia.
Os jovens se beneficiam de nossa abordagem holística não médica, porque os colocamos no centro de todas as decisões que tomamos. Existem diferentes tipos de apoio oferecidos, incluindo terapia de grupo, terapia individual e vários grupos temáticos que variam de ativismo social a criativos.
Eles oferecem esses serviços em Manchester, em comunidades, centros culturais e artísticos, e em escolas e faculdades, visando garantir que seus serviços sejam acessíveis.
4) Escola como promotora de saúde. Desmistificando a Patologização e Medicalização do Aprendizado e da vida:
Nesta mesa vai discutir a Medicalização e Patologização da Educação e da Sociedade têm alcançado amplo espaço de debate entre profissionais das áreas de saúde e educação.
Fenômeno entendido como a transformação de questões de ordem social em biológica, na tentativa de encontrar no campo médico as causas e soluções para problemas de natureza social, econômica, política, educacional.
A Educação tem sido gravemente afetada por estas concepções que atribuem a distúrbios, transtornos ou déficits as causas das dificuldades no processo de escolarização.
Grandes índices, nem sempre comprovados, de diagnósticos de doenças em crianças e jovens têm sido responsáveis pelo aumento vertiginoso do consumo de fármacos, que são apresentados como solução para os problemas vividos na escola.
Esta mesa tem como objetivo discutir diferentes nuances do tema da Medicalização e a Patologização do aprendizado.
5) Sexualidade e a Escola: Espaço de Intervenção:
Se entre adultos esses temas ainda são carregados de preconceitos e estigmas, como trabalhar essas questões entre crianças e adolescentes? Por que discutir sexualidade e gênero na infância e adolescência ainda é tabu? Qual é o papel dos pais, da escola e dos profissionais de saúde nesse contexto?
A educação sexual entre crianças e adolescentes continua sendo um grande nó a ser desfeito, principalmente nas sociedades ocidentais. É preciso superar o mito de que a educação sexual pode erotizar ou incentivar a iniciação sexual precoce de crianças e adolescentes.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), muito pelo contrário! A OMS já comprovou que, quanto mais informação de qualidade sobre sexualidade, mais tarde os adolescentes iniciam sua vida sexual e quanto menos informação, mais precocemente se inicia a vida sexual.
Porém, mais do que falar somente sobre sexo, precisamos falar sobre sexualidade, um conceito muito mais amplo, que se refere às vivências, descobertas de mundo, identidades, sentimentos, emoções, bem-estar, consciência corporal, entre tantos outros assuntos.
Assim, uma educação sexual bem orientada, respeitando o desenvolvimento psicossexual típico de cada faixa etária, é uma das formas mais eficazes para diminuir a vulnerabilidade de crianças e adolescentes diante de situações como violência sexual, gravidez e IST/Aids.
6) Como a escola pode atuar na prevenção ao uso de álcool e drogas?
A aproximação dos jovens com álcool e drogas ocorre, geralmente, no início da adolescência, quando eles ainda estão em ciclo escolar. Por curiosidade, pela influência de conhecidos ou para se “destacar” em um grupo, esses jovens iniciam o uso de entorpecentes muito cedo e, as vezes, ao redor da própria escola.
Segundo um levantamento do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) realizado com estudantes de escolas públicas com idade entre 10 e 18 anos, mostrou que 65,2% dos entrevistados já experimentaram bebida alcoólica. Outros 5,9% fumaram maconha e 15,5% usaram solventes, de acetona a lança-perfume.
As drogas licitas e ilícitas estão presentes no cotidiano dos jovens brasileiros, e a escola, por ser um ambiente privilegiado para a reflexão e formação de valores éticos e morais, tem, junto com os pais, um papel fundamental na prevenção ao uso de álcool e drogas pelos estudantes.
O trabalho de prevenção deve ser contínuo e a escola precisa ser um ponto de convergência de programas e projetos que visem a promoção da saúde em toda a comunidade onde está inserida, disseminando a educação e a conscientização dos perigos que o uso de álcool e drogas.
7) Estratégias peer support na intervenção do Bullying:
O fenômeno bullying é conceituado como um conjunto de ações agressivas,
intencionais e normalmente repetitivas, mantidas ao longo do tempo e ocorridas numa relação desigual de poder, praticado por uma ou mais pessoas, causando danos físicos ou morais.
Trata-se de um tipo de relação, um vínculo mantido no tempo, normalmente entre sujeitos que interagem muitas vezes, sendo que cada nova interação é influenciada pela anterior e pelas expectativas de novas interações.
No bullying há também um terceiro personagem além daquele que intimida e o que recebe a intimidação: o público que assiste, que nos permite confirmar a propensão de poder e pertencimento ao grupo. Este terceiro, por suas reações, enaltece ou diminui a consagração do autor que busca o reconhecimento e também influencia demasiadamente a vítima, que se vale da necessidade de pertencimento para situar-se nesta condição.
Pelo exposto, as estratégias antibullying no ambiente escolar devem ser direcionadas sobre o grupo e, principalmente, sobre a qualidade das relações que se estabelecem no interior deste, indo além de ações que incidem apenas nos alvos, autores e testemunhas de bullying com relação aos sentimentos.
8) Prevenção abrangente do suicídio com base na escola em uma estrutura de vários níveis:
Como se sabe, a transição da vida adolescente para a vida adulta pode representar mudanças extremamente difíceis e repletas de enfrentamentos psicológicos e sociais no que concerne a realidade de um jovem.
A saída dos ambientes seguros de outrora, o aumento das expectativas diante de novas realidades, o rompimento de relacionamentos antigos e o próprio processo de autoconhecimento e descoberta, muitas vezes levam estes jovens a entrarem em estados de angústia, medo e intensa ansiedade, aos quais eles dificilmente estariam preparados.
Uma das consequências dessas mudanças, aliada a uma possível falta de apoio na vida desses indivíduos, é o desenvolvimento de condições psicológicas críticas, que em casos extremos, acabam levando á depressão nas universidades, e até mesmo, ao suicídio.
Nesse sentido, a mesa tem como objetivo discutir a saúde mental do jovem adolescente, suas nuances e formas de ajuda-los, dadas as alterações naturais e intensas dessa fase.
A prevenção do sofrimento pode evitar casos de suicídio e de outros quadros delicados, por isso se faz tão necessário o debate entorno do tema e a aglomeração de ideias e propostas, ações, para que essa realidade esteja cada vez mais distante da realidade dos adolescentes.
9) A criança, o adolescente e a influência dos meios de comunicação:
Neste mesa, pretendemos fazer uma reflexão sobre como a mídia pode causar
um efeito influenciador sobre crianças e pré-adolescentes, mostrando como se dá a
relação entre os meios de comunicação e os receptores dessa faixa etária.
Buscamos, também, apontar a Educomunicação como facilitadora do processo de recepção das informações midiáticas e como essa nova ferramenta pode ser utilizada no ambiente
escolar, trazendo benefícios para alunos e para a escola.
Dividido em dois blocos, o presente trabalho apresenta os problemas da mídia, no que tange o desenvolvimento infanto-juvenil e como a própria mídia pode solucionar esses problemas.